“Se o campo não planta, a cidade não janta; se o campo não roça, a cidade não almoça”. Foi assim, em coro, que lideranças sociais e produtores, além de deputadas e deputados estaduais e federais comemoraram o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Agroecologia, oficializada pela Assembleia Legislativa nesta segunda (16).
Para a deputada estadual Leninha (PT), presidenta da Comissão de Direitos Humanos, e responsável por ler a carta com os compromissos da Frente, o trabalho conjunto é fundamental para impulsionar a aprovação de legislações importantes para os agricultores familiares.
Em defesa do povo e dos saberes tradicionais
A agroecologia não é apenas uma alternativa às matrizes econômicas predatórias desenvolvidas em Minas Gerais, como a mineração e o agronegócio. Plantar, cultivar e colher com as mãos representa, também, toda a ancestralidade de povos que construíram a identidade brasileira.
“A agroecologia é a tecnologia que mais deu certo nas ocupações, não apenas como forma de resistência, mas, também, resgatando tradições das benzedeiras e no cuidado dos filhos e, ainda, substituindo, gradativamente, a ausência do estado no tratamento a várias doenças. É uma tecnologia forjada e trazida pelas mulheres dos terreiros, dos quilombos, indígenas, camponesas e periféricas”, lembrou Andréia de Jesus, deputada do PSOL.
Em defesa da vida e da natureza
Ester Hoffmann, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), fez questão de se opor ao discurso sustentado pelo governo federal. Em meio aos sucessivos benefícios concedidos aos grandes produtores e, por consequência, à liberação compulsiva do uso de agrotóxicos, ela afirmou ser, sim, possível produzir alimentos saudáveis.
“É possível produzir vida, e não morte, no campo. Lutar contra os retrocessos é uma necessidade imediata”, resumiu.
Foram propositores da Frente a deputada Leninha, o deputado estadual André Quintão, Dr. Jean Freire, Beatriz Cerqueira, Betão, Marília Campos — todos do PT —, e Andréia de Jesus (PSOL).